Sozinha.
Não sem amigos, não sem família, não sem companhia. Apenas sozinha.
Apesar de não se lembrar mais da diferença entre ser sozinha e estar sozinha, tão sozinha não estava.
Uma sozinha acompanhada.
Mas não queria mais. Não queria mais a companhia de pessoas distantes (física e sentimentalmente); não queria mais aquele mundinho pacato onde tudo e todos eram sempre os mesmos; não queria a rotina, mesmo que a considerasse consoladora, quando ficaria à espera de um novo amanhã.
Um amanhã novo, ainda assim tão igual a todos os dias... Isso a cansava. Desgastava, revoltava, repugnava. Como podia um novo dia ser tão igual aos outros?
Não podia.
Mas ela procurava a solidão. Como seu refúgio, como sua paz, como se o seu êxtase diário fosse encontrado naquele momento. Naquele momento com pessoas frias, as mesmas caras de quando tinha 8 anos. Procurava a solidão se relacionando com as outras pessoas, sentindo a breve necessidade de sorrir para aquela amiga de anos... Breve.
Sempre contraditória, sempre em lutas com seus pensamentos e sentimentos. Tinha nojo daquela vida de sempre, e ao mesmo tempo, a vivia com intensidade. Intensidade em sua solidão.
Se relacionava, falava, ria, debatia. Friamente. Estava sozinha, ainda que falasse com pessoas quase o tempo todo. Uma falante calada. Ainda que essas pessoas fossem os amigos de tanto tempo. Ainda que olhasse ao seu redor e visse todos fingindo se importar.
Uma sozinha acompanhada.
Só queria fugir daquilo tudo. Ainda que seu clímax diário fosse aquela vida de sempre.
Pensamentos contraditórios...
Uma sozinha acompanhada.
Perfeito seu texto *-*
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